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Grupo F

A palavra certa para descrever o grupo F do Mundial é equilíbrio. A seleção belga tem uma seleção muito experiente e com vários jogadores que jogam nos maiores clubes da Europa, o Canadá que tem uma seleção que tem crescido nos últimos anos e que ficou em primeiro lugar na classificação da CONCACAF, a Croácia que é vice-campeã mundial e que mantém grande parte da base em relação ao último mundial e por fim Marrocos que ainda se conhece pouco, em termos coletivos, mas que tem boas individualidades.

Escrito por Pedro Nuno Costa


Bélgica


Selecionador – Roberto Martinez

Treinador de 49 anos, oriundo de Espanha. Desde 2016 no comando técnico da seleção Belga, depois de algumas experiências em Inglaterra, em equipas com o Swansea e, mais tarde, o Everton, o selecionador espanhol tem-se vindo a destacar nesta função, conseguindo elevar esta seleção a número 1 do ranking da FIFA entre setembro de 2018 e fevereiro deste ano. Para além deste feito, conseguiu a qualificação para os principais torneios (Campeonato da Europa e Campeonato do Mundo) sendo o melhor resultado o 3º lugar no Campeonato do Mundo de 2018, na Rússia.

Parte para este Mundial com uma pressão extra de fazer com que umas das gerações douradas do futebol belga atinja um título mundial, algo nunca antes alcançado por este país.

XI Base

Momento Ofensivo

A seleção belga, aproveitando da melhor forma a grande qualidade técnica e conhecimento tático desta geração de jogadores, põe em prática um futebol de posse, atrativo e associativo. Geralmente, sai a jogar por trás, a partir do guarda-redes e dos 3 centrais, com os alas a dar soluções tanto a nível de largura como de profundidade. Neste momento do jogo, Kevin De Bruyne e Eden Hazard têm grande liberdade de movimentações, tanto aparecendo à direita como ao centro e à esquerda e é a principal arma desta equipa para criar situações de finalização.

Partindo da qualidade de passe destes e dos seus colegas de meio-campo e aproveitando a velocidade vertiginosa tanto de Carrasco, à esquerda, como de Meunier à direita, as soluções são diversas e aumenta drasticamente a dificuldade ao adversário. No último terço, as opções são as mais variadas, desde o 1×1 muito forte dos principais homens da frente, como também as triangulações e movimentações que permitem o encontrar de espaços nas defensivas adversárias.

Construção a partir dos 3 centrais
Equipa equilibrada e várias linhas de passe

Momento Defensivo

No momento defensivo a equipa tende a pressionar alto, tendo a reação à perda como um dos principais focos. Para isso, os jogadores têm de ter um conhecimento tático elevado para, mesmo a atacarem, conseguirem compreender o jogo e os espaços e precaver uma possível perda de bola. Neste papel, os médios interiores são fundamentais para o equilíbrio da equipa, sendo uma das principais armas, tanto de Witsel como de Tielemans a recuperação de bola.

A juntar a estes dois, a capacidade de antecipação dos centrais, bem como do controlo da profundidade é essencial. Caso o adversário consiga ultrapassar a primeira fase de pressão, a equipa tende a reorganizar-se em 5x3x2, deixando Batshuayi e Kevin De Bruyne livres de papeis defensivos para uma possível transição ofensiva.

Bélgica em organização defensiva compacta e linhas juntas
Equipa a defender em bloco alto

Jogador Destaque

Kevin de Bruyne – Médio Ofensivo – 31 anos

O médio do Manchester City é, de facto, a grande individualidade dentro de uma equipa cheia de estrelas, essencialmente pela forma como se destaca no jogo ofensivo da seleção belga. Com grande liberdade de movimentos e com a excelente capacidade de leitura de jogo, o belga consegue aparecer no melhor local e dar seguimento ao jogo de uma forma única, reservada para os predestinados.

As suas maiores valências são o último passe, bem como o remate fora de área, uma verdadeira ameaça a todas as seleções que se cruzarem no caminho da Bélgica.

Jogador Promessa

Charles De Ketelaere – Médio Ofensivo – 21 anos

Apesar de um início complicado de época no AC Milan, após uma transferência do Club Brugge por 30 milhões de euros, Charles De Ketelaere é sem dúvida a maior esperança da seleção belga após esta geração de ouro.

Esquerdino, jogando preferencialmente a partir da meia esquerda ou do centro do meio campo, destaca-se pelas suas ações com bola, principalmente o drible em espaços curtos e a capacidade de visão e de passe, apesar de ter apenas 21 anos. 

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Canadá


Selecionador – John Herdman

Selecionador da equipa masculina desde 2018, John Herdman esteve, anteriormente, ligado às seleções femininas, inicialmente a Nova Zelândia e, consecutivamente, o Canadá. Após inúmeros feitos no futebol feminino, tomou a opção, algo arrojada, de passar para a seleção sub-23 masculina, onde apenas esteve 7 meses, para em julho de 2018 assumir a seleção principal. Desde esse momento, tem vindo a aproximar cada vez mais o Canadá das potências do continente americano, nomeadamente os Estados Unidos e o México, acabando mesmo por vencer a qualificação da CONCACAF para o Mundial.

Vistos como underdogs, Herdman mostra-se ambicioso por defrontar grandes seleções e por voltar a meter o Canadá num Campeonato do Mundo depois de 36 anos de interregno.

XI Base

Momento Ofensivo

No momento ofensivo, esta equipa caracteriza-se por ter uma construção apoiada, iniciada pelos 2 centrais e apoiada pelos dois médios centros, principalmente o número 7, Stephen Eustáquio. É pelo jogador do FC Porto que passa todo o jogo ofensivo dos canadianos, bem como pela sua ligação com Alphonso Davies, jogador que cumpre uma posição diferente da que cumpre no FC Bayern Munique. Localizado no lado esquerdo do ataque (no papel), é-lhe dada a liberdade para percorrer todo o campo e criar superioridade numérica que lhe permita servir os avançados e chegar a zonas de finalização.

Os dois laterais, por sua vez, dão largura e profundidade, mas sempre com bastante atenção ao momento da perda e da transição ofensiva do adversário. No ataque, a equipa aproveita a qualidade individual de Jonathan David, que apesar da tenra idade, já tem vindo a mostrar toda a sua qualidade na Liga Francesa, bem como na seleção.

Equipa em fase de criação – pronta para atacar a profundidade

Momento Defensivo

No momento defensivo, a equipa tende a organizar-se num bloco médio/ baixo, formando 2 linhas de 4 e deixando os dois homens mais avançados na frente, para impedir que os centrais adversários consigam ligar com os médios interiores (por vezes, dependendo do adversário, um dos médios baixa para a linha defensiva organizando-se em 5x3x2). Dessa forma, dirigem toda a sua pressão como bloco para os corredores laterais, onde tentam roubar bola e lançar a transição ofensiva, aproveitando a velocidade e a qualidade técnica dos avançados. Nos esquemas táticos, usam o método de defesa mista.

Organização em bloco baixo, com um sistema em 5x3x2

Jogador Destaque

Stephen Eustáquio – Médio Centro – 25 anos

Existem, sem dúvidas, 2 jogadores essenciais para o jogo do Canadá, Stephen Eustáquio e Alphonso Davies. Por um lado, o lateral canadiano (que tem jogado mais como médio ofensivo) tem uma qualidade técnica e velocidade muito acima da média, que faz com o que o selecionador John Herdman lhe concedesse uma maior liberdade no jogo ofensivo da equipa.

Por outro lado, o médio do FC Porto surge como o grande equilíbrio da seleção, sendo essencial tanto nos momentos ofensivos, com mudanças de flanco, segurança na posse e chegada à área, como nos momentos defensivos, com uma ocupação dos espaços muito inteligente e capacidade de prever movimentos dos adversários. No FC Porto tem vindo a ter uma importância cada vez maior e chega a este Mundial de pé quente.

Jogador Promessa

Jonathan David – Avançado – 22 anos

Conhecido já internacionalmente pelas suas atuações ao serviço do Lille, em França, Jonathan David é um avançado bastante móvel e com uma capacidade de finalização acima da média.

Na presente temporada já conta com 13 jogos, contabilizando 9 golos e 3 assistências, prometendo chegar ao Catar com o pé quente para ameaçar as balizas adversárias.

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Croácia


Selecionador – Zlatko Dalic

Selecionador croata desde outubro de 2017, num momento em que a equipa estava em risco de não se qualificar para o Mundial da Rússia. Conseguiu a qualificação para o mundial e um resultado histórico para a Croácia, com um 2º lugar. Antes deste papel, treinou diversos clubes na Croácia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Este é, sem dúvida, o maior momento na carreira do treinador de 56 anos, já com a pressão extra devido ao resultado de há 4 anos.

XI Base

Momento Ofensivo

Num primeiro momento de organização ofensiva, a Croácia procura sair a jogar desde o guarda-redes e os defesas centrais, com o médio mais defensivo, Brozovic, e um dos médios ofensivos, Modric ou Kovacic, a descer e a procurarem iniciar o jogo ofensivo, bem como evoluir para a criação de oportunidades de golo. Neste momento, os laterais tendem a subir no terreno e a procurar a largura, enquanto os extremos e o ponta de lança tanto procuram a profundidade, como descem e oferecem-se como apoios frontais. A mudança constante de posição entre os 3 médios da equipa é comum e uma arma usada para confundir marcações e dificultar o jogo posicional da equipa adversária.

A visão de jogo de Modric, bem como a sua elevada qualidade técnica, é essencial para a evolução da equipa no meio-campo adversário. No trio de ataque, destaca-se Perisic, que aliando a sua velocidade com a qualidade técnica e tática, é uma constante ameaça às defesas adversárias.

Momento Defensivo

Defensivamente, a Croácia tem como principal objetivo o recuperar da posse de bola o mais rápido possível e, por isso, pressiona logo o portador da bola, procurando a superioridade numérica nesse momento.

Caso não consiga recuperar, reorganiza-se e baixa linhas para um bloco médio/baixo numa formação de 4x5x1 em que os extremos baixam para o nível dos médios, deixando apenas o ponta-de-lança mais avançado para uma possível transição ofensiva. 

Jogador Destaque

Luka Modric – Médio Centro – 37 anos

Luka Modric dispensa, obviamente, apresentações. O médio do Real Madrid, bola de ouro em 2018, após um 2º lugar de sonho no Mundial da Rússia, apontou para este Campeonato do Mundo como a última competição pela seleção, pelo que o desejo de acabar em grande e fazer melhor do que há quatro anos está bem presente.

Apesar dos seus 37 anos, é titularíssimo e uma das bases essenciais, tanto no clube como na seleção, principalmente na vertente ofensiva. A sua capacidade de passe e visão de jogo permite à equipa estar sempre um passo mais perto da baliza oposta e, consequentemente, do golo.

Jogador Promessa

Josko Gvardiol – Defesa Central – 20 anos

Defesa central de origem, por vezes adaptado a lateral esquerdo, Josko Gvardiol é um dos grandes destaques da posição atualmente e, seguramente, um dos nomes a ter em conta para a próxima década. Forte fisicamente, apesar de não ser muito alto (1,85 cm), é muito eficaz nos duelos e na antecipação.

Outro dos pontos fortes do croata é a capacidade de ter bola no pé e de passe, tanto curto como longo, um ponto cada vez mais essencial e valorizado no futebol atual. Gvardiol é, sem dúvida nenhuma, o patrão da defesa croata nos próximos anos.

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Marrocos


Selecionador – Walid Regragui

Walid Regragui foi apresentado como treinador da seleção de Marrocos apenas no fim de agosto deste ano, já com a qualificação para o Mundial garantida. Devido a todo este envolvimento e com apenas 2 jogos realizados, ambos amigáveis, poucas ideias o treinador franco-marroquino conseguiu incutir na equipa.

Já com um palmarés alargado (venceu uma Champions League Africana com o Wydad Casablanca em 2022) este é, sem dúvida, o maior desafio da sua carreira, apesar de, devido às circunstâncias, a pressão colocada sobre ele não é elevada.

XI Base

Momento Ofensivo

É uma seleção que, devido à grande qualidade individual que tem nas alas, canaliza muito do seu jogo para os corredores laterais, procurando já no último terço cruzamentos para a área (momento em que os médios mais ofensivos são presença constante).

A peça chave do equilíbrio de jogo desta equipa surge no momento em que está balanceada para o ataque, principalmente com as investidas de Hakimi, que o número 8, Ounahi, consiga equilibrar o lado direito da equipa para que esta não permita transições ofensivas do adversário, que poderia aproveitar esse espaço para causar perigo.

Construção em 4x3x3, extremos a projetar e médios por dentro a procurar jogar nas costas da pressão
Situação de cruzamento, muitos jogadores a chegarem a zonas de finalização, dando diferentes soluções ao jogador que faz o cruzamento

Momento Defensivo

Organiza-se num bloco médio numa formação de 4x4x2, com os dois extremos a baixar para a linha dos médios, enquanto o avançado mantém-se mais subido para dificultar o jogo interior dos centrais adversários, bem como para uma possível transição ofensiva.

Equipa num bloco médio, linha defensiva e linha média muito próximas, com o objetivo de dificultar o jogo entrelinhas do adversário
Da forma como defendem, deixam muito espaço entre o GR e a linha defensiva, é uma das formas que os adversários utilizam para ferir Marrocos

Jogador Destaque

Achraf Hakimi – Lateral Direito – 24 anos

Defesa direito de origem (por vezes cumpre também o lado esquerda da defesa na Seleção), é, sem dúvida, umas das maiores ameaças ofensivas da seleção marroquina. A sua velocidade e a sua capacidade de drible o 1×1 tornam o jogo desta seleção essencialmente pelas alas, para que seja possível aproveitá-lo da melhor forma.

Jogador Promessa

Azzedine Ounahi – Médio Centro – 22 anos

É, sem dúvida, dos jogadores africanos a ter em conta nos próximos anos. Atualmente a jogar em França, no Angers, com um valor de mercado a rondar os 3 milhões de euros, mas que, apesar de tudo, não fazem jus à qualidade técnica que o jovem de 22 anos tem.

O seu jogo destaca-se pela capacidade de gerir a posse de bola, bem como o acerto no passe longo e curto. Tem, se assim for permitido, boa chegada à área adversária.

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