Organização com Objetividade – Análise ao Casa Pia
Dia 5 de Outubro de 1910, Portugal deixava de ser uma monarquia e passava a ser uma República. 114 anos depois, o Casa Pia perdeu no Estádio José Alvalade com o Sporting CP por 2-0. Neste jogo, a equipa de Pina Manique deixou uma imagem de ser uma equipa defensiva, tendo em alguns momentos defendendo com uma linha de 6, mas agora passado alguns meses, o tempo mostrou que essa imagem de equipa extremamente defensiva estava incorreta.
O Casa Pia, orientado por João Pereira, é um treinador que iniciou a sua carreira como treinador principal no escalão sénior no Amora e Alverca e em ambas as equipas atingiu a fase de subida da Liga 3, tendo mesmo na segunda conquistado a subida à 2ª Liga.
O Casa Pia é uma das revelações do campeonato, ocupando o 6º Lugar e segue numa série 6 jogos sem perder no campeonato. Neste artigo, vamos analisar as principais dinâmicas em organização ofensiva da equipa de João Pereira e perceber como estas criam oportunidades para a equipa de Lisboa
Procura do jogador livre
Na 1ª fase de construção, em pontapé de baliza, a equipa procura na maior parte das vezes uma construção apoiada, com os 3 centrais, o central mais à direita constrói como um lateral, e o ala esquerdo (normalmente Lelo) mais baixo, formando uma linha de 4.
Como podemos ver na imagem, os dois médios estão próximos, mas quase sempre em diagonal dando linhas de passe diferentes, principalmente quando a bola entra em corredor lateral, tornando o médio do lado contrário o jogador livre.
Em construção, com o adversário em bloco, as dinâmicas são semelhantes, mas a equipa coloca-se em 3 (centrais) + 2 (médios, novamente em diagonal).
O principal objetivo da equipa com este tipo de construção é atrair para encontrar jogador livre, que poderá ser um médio ou os interiores/avançados que aparecem entrelinhas para receberem a bola.
Objetividade
A equipa após desbloquear a 1ª fase de pressão do adversário, se for o interior a receber a bola entrelinhas, normalmente têm três jogadores a atacar a última linha e procura colocar a bola nas costas da linha defensiva, para que um desses jogadores possa chegar rapidamente a zonas de finalização.
Por outro lado, se o adversário fechar o jogo interior e estiver mais compacto, procura com alguma frequência um jogador por fora, que poderá ser um interior que abre no corredor e aí permitindo o ala a procurar espaços interiores, ou então poderá ser o próprio ala a receber fora com o interior a ajudá-lo para criar superioridade.
Mobilidade de Nuno Moreira
Em termos individuais, destaca-se a importância de Nuno Moreira no processo ofensivo, em especial a sua mobilidade e a capacidade que tem de aparecer em diferentes espaços: por fora, caso não tenha espaço entrelinhas, dentro do bloco, no espaço entrelinhas caso haja espaço entre linha média e linha defensiva ou até em zonas mais avançadas para poder combinar ou finalizar.
Conclusão
A equipa do Casa Pia, alia uma organização paciente para abrir espaços nos adversários com objetividade após encontrar o jogador livre nas costas da pressão e de forma a esse jogador estar de frente para o jogo.
A organização tem como principal objetivo a atração do adversário e a objetivade permite explorar o espaço nas costas da linha defensiva, criando diversas oportunidades de golo.
Para todos os clubes, treinadores, jogadores, olheiros, agentes, empresas e media que queiram saber mais sobre os nossos serviços de scouting, não hesitem em contactar-nos através de mensagem privada ou do nosso email geral@proscout.pt.
