O Vitória Sport Clube, defrontou no passado sábado, dia 28 de Janeiro, a formação do Marítimo, em jogo a contar para a 18ª jornada da Primeira Liga. O jogo terminou com um empate a zero bolas.
Neste jogo Pedro Martins, técnico da formação vitoriana, teve que reformular o meio-campo da sua equipa. Sem Rafael Miranda (lesionado), João Pedro (vendido neste mercado de transferências) e João Aurélio (castigado), a escolha recaiu numa dupla Bernard-Zungu.
Se ofensivamente, esta dupla conseguiu desenvolver um bom jogo, defensivamente, a consistência não foi a mesma. Várias vezes, denotou-se alguma falta de ligação entre ambos no processo defensivo.
Mas, mostremos alguns pormenores deste Vitória de Pedro Martins:
1. Sair a jogar desde trás
Preferência dada, à saída pelos centrais (Josué e Pedro Henrique), com um dos médios do miolo (Bernard ou Zungu) a vir buscar jogo junto dos mesmos. Com um destes médios próximos dos centrais, Hurtado desce no terreno e cria uma espécie de triângulo entre os três. Assim sendo, e como se pode verificar pela imagem, o central com bola, têm sempre duas linhas de passe, uma interior e outra exterior embora neste caso as mesmas estejam pressionadas. Contudo, são também muitas as vezes que em casos semelhantes, o central com bola, bate na frente à procura da profundidade dos jogadores da linha mais ofensiva da equipa.
No entanto
Aquando da não existência do “triângulo”, a equipa do Vitória perde “consistência defensiva”. Josué tem novamente duas linhas de passe e desta vez, opta pela linha de passe mais interior. O jogador vitoriano que recebe a bola depara-se com uma situação de desvantagem numérica, diante de dois jogadores verdes-rubros. Caso exista recuperação de bola por parte dos jogadores do Marítimo, a bola poderá ser de imediato colocada em zona frontal à baliza vitoriana (zona referenciada em círculo vermelho) e aproveitada pelo jogador mais atrasado (indicado a laranja), uma vez que o lateral esquerdo da equipa vitoriana se encontra projectado no terreno.
2. Envolvência de Bruno Gaspar no processo ofensivo
Bruno Gaspar, lateral direito do Vitória, foi mais uma vez peça fulcral no desequilíbrio ofensivo da equipa. As suas incursões pelo lado direito com o acompanhamento de Hernâni, foram um verdadeiro quebra-cabeças para os jogadores da equipa maritimista. Aproveitando (e bem) o adaptar de posição de Deyvison a lateral esquerdo, a equipa vitoriana fez o seu jogo ofensivo, passar várias vezes pelo seu lado direito. As invasões de Bruno Gaspar e Hernâni, arrastaram várias vezes, o lateral e o central do lado esquerdo da equipa do Marítimo, para junto deles, criando assim, por várias oportunidades, igualdades numéricas dentro da área da equipa do Marítimo, que poderiam ter sido aproveitadas pela equipa de Guimarães.
3. Queimar linhas de passe
Por algumas ocasiões, verificou-se um mau posicionamento da equipa vitoriana na largura total do campo. Como se pode verificar pelas imagens, existem “posicionamentos nulos” (zonas indicadas com círculo vermelho). Isto significa que, as linhas de passe criadas nessas zonas, nada irão acrescentar ao jogo da equipa. Se ao invés disso, um jogador envolvido nessa zona, ocupasse os espaços livres (zonas com um círculo verde) a equipa iria provavelmente ter mais capacidade de chegar ao último terço do terreno. Na imagem 2, se um jogador ocupasse o tal espaço livre, Hernâni poderia fazer um movimento exterior para a linha, arrastando consigo o jogador do Marítimo e abrindo deste modo uma brecha de espaço entre o lateral e o central que poderia ser aproveitada para uma penetração com bola de um jogador vitoriano.
4. Má decisão
Má decisão no momento de ocupar o espaço para atacar a bola. Os dois jogadores vitorianos inscritos no círculo, atacam o mesmo espaço, após cruzamento de Hernâni.
5. Falta de sintonia a defender
Fruto do não hábito, Bernard e Zungu sentiram algumas dificuldades na hora do processo defensivo. Na primeira imagem, podemos verificar que Bernard (circundado a vermelho e descaído no lado direito) não faz cobertura ou pressão a algum jogador verde-rubro, sendo assim apenas um “corpo presente”. Por sua vez, Zungu e Hurtado ocupam o mesmo espaço, e focam-se ambos no portador da bola (estrela verde). Patrick tem toda a “sua” faixa direita para si, uma vez que o homem responsável por si (Raphinha) chega tarde à jogada. Caso a bola entrasse então em Patrick, este poderia cruzar para a área vitoriana, onde se encontrava uma situação de igualdade numérica de jogadores entre ambas as equipas (4×4). Por sua vez, na segunda imagem, encontramos uma má ocupação do espaço dos dois homens do miolo (Bernard e Zungu). Hurtado chega tarde ao lance e não consegue fechar a linha de passe entre ambos os homens da equipa do Marítimo. A bola entra assim facilmente no espaço frontal à baliza vitoriana (zona indicada a vermelho).
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