Um olhar sobre a Chéquia

Nos próximos dias 29 de novembro e 3 de dezembro Portugal joga com a Chéquia por uma vaga no Europeu Feminino 2025 que se vai realizar na Suíça. Em primeiro, a Chéquia chega a esta fase de apuramento depois de ter eliminado a Bielorrússia num total de 8-1 no conjunto das duas mãos. Antes, terminam em 4º lugar no seu grupo da Liga A da Liga das nações onde, apesar de ficaram em último conseguiram uma vitória sobre a Espanha e um empate com a Bélgica. Fica aqui uma breve análise ao jogo do Playoff da Chéquia e aquilo que se pode esperar desta seleção.

Momento Ofensivo

Nesta eliminatória a equipa da Chéquia mostrou desde logo tomar iniciativa do jogo, tentado sempre construir desde trás, apresentando-se num sistema de Gr+4+3+3, sendo que em alguns momentos acaba por a médio ofensivo estar na mesma linha da ponta de lança, ficando em Gr+4+4+2 (com as extremas/alas bastante ofensivas).

Preferencialmente optavam por jogo interior com bastantes passes e combinações entre as jogadoras mais centrais, sendo a nº10 a principal desequilibradora, procurando muitas vezes o 1×1 para criar vantagem. Toda a equipa estava envolvida no processo ofensivo, com as laterais sempre projetadas para serem opção e as médios a chegar sempre perto da área onde não hesitavam sem rematar de longa distancia, sendo uma das suas principais armas. Embora quisessem controlar o jogo e o seu ritmo, sempre que tinham bola procuravam chegar perto da baliza adversária não fazendo ataques muito longos, sendo que eram sempre bastante objetivas.

Apesar de optarem por jogar mais curto na maior parte do tempo, quando havia espaço para atacarem a profundidade conseguiam fazê-lo com sucesso, fosse através de uma rutura da ponta de lança ou da médio ofensivo que são duas jogadoras rápidas e possantes fisicamente. De realçar os movimentos de apoio da ponta de lança, ora fosse para receber e segurar bola, ora fosse para criar espaço para outras jogadoras entrarem nas suas costas.

Quando olhamos para as transições ofensivas, percebemos que são práticas e objetivas, procurando sempre que o primeiro passe seja para a frente e aproveitando o momento em que o adversário está desequilibrado defensivamente. Como quase sempre estão em bloco compacto, nas transições ofensivas conseguem colocar sempre 2 a 3 jogadoras no ataque à profundidade.

Momento Defensivo

Em organização ofensiva apresentam-se num Gr+4+2+3+1, fazendo uma pressão médio alta no seu meio-campo ofensivo. Numa primeira fase não efetuam uma pressão agressiva, mas mal entram perto da zona central do campo, ou haja um mau passe, uma má recepção, toda a equipa pressiona em bloco para tentar recuperar a bola imediatamente, sendo bastante agressivas e físicas na disputa de cada duelo. Um ponto mais débil é a defesa da bola em profundidade onde a linha defensiva tem algumas dificuldades em controlar esse mesmo espaço, sendo um bom ponto a explorar. Em alguns momentos optam por um bloco mais baixo, mantendo a mesma organização táctica e bloco compacto, estando sempre as jogadores perto para darem coberturas e fazerem dobras às suas colegas.

Nas transições defensivas voltam a ter a mesma debilidade em termos de defender a profundidade, sendo ainda mais notório estando a equipa em desequilíbrio. no entanto têm uma excelente reação à perda, procurando encurta logo espaços e tentar recuperar a bola, sendo agressivas e cometendo falta caso seja necessário.

Conclusão

As duas seleções encontraram-se pela última vez em fevereiro de 2024 num amigável, onde a seleção portuguesa saiu vencedora com um resultado de 3-1. Espera-se um confronto equilibrado entre duas boas seleções que estão a crescer cada vez mais no futebol feminino. Esperamos que no final das duas mãos a vitória seja da equipa das quinas e que estejam presentes no Europeu no próximo verão.

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