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O Olympique Lyonnais conquistou, pela quinta vez consecutiva, a UEFA Women’s Champions League. Numa temporada onde estava mais desafiada do que nunca, a equipa de Jean-Luc Vasseur voltou a dar provas do seu valor e conquistou um sétimo título na competição. O adversário da grande final foi o Wolfsburg e as francesas venceram por 3-1.

O Wolfsburg entrou em campo num 4-4-2 clássico. O Olympique Lyonnais, por sua vez, montou um 4-2-3-1 em organização ofensiva mas que regularmente variou para um 4-3-1-2 em organização defensiva.

A organização defensiva do Olympique Lyonnais:

A defender, o Olympique Lyonnais desmonta o 4-2-3-1 e opta por um 4-3-1-2. Cascarino avança para se juntar a Le Sommer e proporcionar igualdade numérica com as defesas centrais adversárias. O espaço deixado livre pela camisola 20 à direita é preenchido por Gunnarsdottir, que tem a responsabilidade de se posicionar de forma a impedir o passe para a zona central e a estar em posição para ser a primeira a pressionar a lateral esquerda contrária caso a bola lá chegue. Majri recua no terreno, joga na linha de Gunnarsdottir e Kumagai e desempenha pela esquerda uma função idêntica à da islandesa pela direita, sobrando Marozsán que joga na frente das três e fixa-se na zona 6 adversária.

A organização defensiva do Wolfsburg:

O Wolfsburg entrou em campo com um objetivo bem definido para condicionar a saída de bola das adversárias. Em grande parte das ocasiões em que Bouhaddi ou uma das defesas centrais procuravam começar a construir, Ewa Pajor e Pernille Harder adotaram um posicionamento de modo a obrigar o Olympique Lyonnais a sair pelo lado esquerdo do seu ataque, forçando Renard a jogar com o pé esquerdo e, num segundo momento, a bola entrar na lateral Karchaoui.

No instante em que Karchaoui recebe a bola, Harder fecha a linha de passe para Renard e Pajor recua no terreno de forma a impedir o passe para zona central. Está ativada a pressão coletiva do Wolfsburg, com o objetivo de obrigar o adversário a jogar longo e assim poder recuperar o esférico de imediato. No entanto, o grande problema da equipa alemã prendeu-se com a continuidade da pressão, isto é, com a segunda linha. A pouca agressividade da segunda linha de pressão, aliada a algum atraso fruto de uma distância demasiado grande entre a linha média e a dupla da frente, levaram a que o Olympique Lyonnais se sentisse confortável para continuar a jogar de forma apoiada e assim desmontar a pressão a um, dois toques.

Do lado direito, o Wolfsburg não conseguiu montar muitas vezes este tipo de pressão, muito por culpa da “irrequieta” Lucy Bronze. A lateral direita do Olympique Lyonnais projetou-se inúmeras vezes no ataque, arrastando a marcação, e deixou o espaço livre para que Gunnarsdottir baixasse no terreno e assumisse a primeira fase de construção a partir dessa zona.

A organização ofensiva do Olympique Lyonnais:

Com muita mobilidade à mistura, o Olympique Lyonnais apresentou-se com um 4-2-3-1 na hora de ter bola. Kumagai e Gunnarsdottir fizeram dupla na zona central e estiveram sempre muito adiantadas a apoiar o ataque.

Com um futebol de alta rotação, o primeiro golo do Olympique Lyonnais é o maior exemplo daquilo que é a ideia da equipa em organização ofensiva.

No golo vemos todas as dinâmicas que Jean-Luc Vasseur impôs na equipa. Lucy Bronze arranca para o ataque sem bola, arrastando consigo a marcação e abrindo o espaço para que Gunnarsdottir recue no terreno e possa assumir a primeira fase de construção.

O avanço de Bronze baralha as referências da equipa adversária em termos de marcação. Ao mesmo tempo, permite a Cascarino jogar por dentro e receber o passe vertical. A fechar, que nem uma cereja no topo do bolo, a diagonal de Marozsán no espaço deixado nas costas da defesa central e da lateral, que acompanharam Cascarino. O Olympique Lyonnais cria superioridade numérica no flanco, tira proveito da má abordagem de Bloodworth e chega ao golo.

A organização ofensiva do Wolfsburg:

As alemãs, com bola, adotaram muitas vezes um posicionamento em 4-2-4. No entanto, optaram quase sempre por ataques rápidos e por um jogo muito vertical.

Harder e Pajor foram mal alimentadas durante praticamente todo o encontro, fruto da incapacidade da equipa em sair apoiado. A pressão alta imposta pelo Olympique Lyonnais e a alta intensidade de Kumagai e Gunnarsdottir – que fizeram exatamente o que Engen e Rolfo deviam ter feito na pressão do Wolfsburg – obrigaram quase sempre a equipa alemã a jogar direto ou a entregar a bola. A eventual estratégia de desgastar as adversárias e procurar o contra-golpe acabou por não surtir efeitos para as alemãs.

Vitória merecida das francesas

De um modo geral, ganhou bem o Olympique Lyonnais. Foi a equipa que desde o primeiro minuto mostrou ser mais adulta em campo, a pressionar bem e a apresentar dinâmicas muito interessantes no ataque, que criaram muitas dificuldades à defesa germânica.



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