CF Estrela: o renascer de um histórico
O ano de 2020, ainda que atípico, marcou o regresso de um histórico do futebol português, o CF Estrela da Amadora. Fundado em 1932, o clube apresenta um caminho digno de registo, tendo sido, em tempos, considerada uma das melhores escolas de formação de futebol à escala nacional. Ainda que bastante reconhecido pela sua formação, da qual saíram jogadores como Miguel (ex-Benfica) e Abel Xavier, o clube tricolor conta com 16 presenças na Primeira Liga Portuguesa, contando ainda com uma Taça de Portugal no seu palmarés.
Em 2011, após uma fase complicada em termos financeiros e administrativos, o clube acabou por se extinguir. Em 2020, 9 anos mais tarde, através de uma fusão com o Sintra Football, assistimos ao renascer deste clube histórico, a disputar atualmente a Série G do Campeonato de Portugal.
Às ordens de Rui Santos
O CF Estrela, comandado por Rui Santos, têm-se apresentado em excelente plano, sendo o atual líder da Série em que está inserido com 33 pontos, não registando qualquer derrota até ao momento. Com uma clara aposta no desenvolvimento de jovens, apresenta um projeto muito bem definido, demonstrando ser um forte candidato à subida à 3ª Liga, lutando por um lugar na 2ª Liga Portuguesa. O clube apresenta ainda equipas “B” e de Juniores muito competitivas, com alguns jovens de grande qualidade à procura da sua oportunidade no Campeonato de Portugal.
Uma excelente organização funcional e estrutural e processos simples, aliados à elevada capacidade técnica dos seus jogadores, têm sido as suas principais armas. É uma equipa que gosta de ter bola, instalar-se no meio campo adversário e com linhas, normalmente, bastante subidas, preparando uma forte reação à perda e pressão alta. Ainda que estas características predominem, adaptam-se muito bem aos adversários e ao que o jogo poderá pedir.
11 “Base”
Momento Ofensivo
Preferindo uma organização ofensiva em 4x3x3 ou 4x2x3x1, valorizam uma saída apoiada, com o “6” perto dos centrais (quando em 4x3x3), garantindo o equilíbrio ofensivo, interiores muito móveis, laterais garantem largura e extremos tanto por dentro como por fora, contando com um avançado bastante trabalhador.
Aos médios interiores, nomeadamente Chapi Romano, é dada muita liberdade de movimentos, bem como aos extremos, que alternam o seu posicionamento entre corredor lateral e central. A capacidade de trabalho do avançado é algo que podemos destacar, podendo procurar movimentos de rotura entre centrais ou espaço lateral-central, ou oferecer apoios frontais, algo que é bastante procurado no sentido de atrair elementos da linha defensiva para incursões por dentro, tanto dos extremos, como do médio interior do lado contrário ao da bola. Sendo esta uma aposta forte da equipa do Estrela, o cruzamento também é bastante procurado, dada a capacidade no jogo aéreo do seu avançado, principalmente de Paollo Madeira, bem como a chegada a zonas de finalização com muitos jogadores.
Os esquemas táticos são uma das suas mais-valias, procurando a tal facilidade no jogo aéreo que apresentam os seus jogadores, nomeadamente centrais e avançado.
Momento Defensivo
Defensivamente, este CF Estrela é uma equipa bastante agressiva, que procura reagir rápido à perda da bola, no sentido de a recuperar imediatamente.
Adotando o sistema 4x4x2 em organização defensiva, procura impedir que o adversário saia a jogar de forma controlada, através de uma pressão alta e bem definida. Quando esta 1ª fase de pressão não é eficaz, tentam atrasar a progressão do adversário e reorganizar-se rapidamente, passando a efetuar a pressão no seu meio-campo defensivo.
Os médios interiores mais recuados jogam perto da linha defensiva, nomeadamente Latón, um médio de cobertura, muitas vezes responsável por cobrir o espaço lateral-central, libertando este último para marcação aos jogadores mais adiantados da equipa adversária.
Revela ser uma equipa que sabe o que quer, pretendendo controlar todos os momentos de jogo e, defensivamente, atrair o adversário para determinadas zonas do campo, para que possa recuperar a bola nos locais pretendidos e construir o seu ataque.
“A juventude como base do projeto”
O CF Estrela é uma das equipas com o plantel mais jovem deste Campeonato de Portugal 20/21, mas não é por acaso. O clube da Amadora atribui muita importância ao desenvolvimento dos jovens, sendo que a aposta nos mesmos deverá ser a base para este projeto ambicioso a médio-longo prazo.
Esta tendência é facilmente observável, dada a forte presença de jovens no “11 Base”, bem como todos os outros que compõem o plantel. Destacamos alguns jovens jogadores que têm contribuído para o excelente desempenho da equipa nesta época.
Zé Pedro
O central português de 23 anos tem sido um dos “intocáveis” de Rui Santos. O Jovem de 1,87m chegou ao CF Estrela proveniente do SC Braga, tendo atuado na equipa de sub23 na época transata.
É um jogador muito competente em todos os momentos do jogo, muito eficaz no jogo aéreo e bastante veloz, algo que o permite jogar numa equipa que pressione alto e com linhas bastante subidas, sendo forte no controlo da profundidade.
No momento ofensivo contribui com a sua segurança, preferindo processos simples e revelando uma boa qualidade de passe.
A jogar ao lado de Yuran Fernandes, central um pouco mais experiente, tem evoluído muito e demonstrado todo o seu potencial.
Chapi Romano
O médio criativo argentino tem sido um dos motores de meio-campo deste CF Estrela. Com apenas 22 anos, o jovem com formação no River Plate e Huracán, apresenta muita maturidade, qualidade técnica acima da média, sendo também muito competente no passe.
Com bola é um jogador muito perigoso, mas sem a “redondinha” também o é. Muito móvel, com bom sentido posicional e interpretação dos espaços a explorar, é um jogador com muita chegada à área.
Pode jogar em qualquer posição do meio-campo e apesar de ser um médio de cariz mais ofensivo, é capaz de apoiar a 1ª fase de construção, por vezes posicionando-se entre os centrais para uma saída a três (“lavolpiana”).
Leva 1 golo em 13 jogos nesta temporada.
Diogo Leitão
Jovem jogador de 22 anos que tem sido uma das referências ofensivas da equipa tricolor. Tal como Edu Duarte (20 anos), chegou do Leixões, para se assumir no Campeonato de Portugal como um dos jogadores revelação da prova.
Pode jogar a partir do corredor lateral como extremo, ou como médio ofensivo. Possui uma qualidade técnica invejável, capacidade de drible em progressão notável e eficácia no 1vs1. Como extremo procura muitas vezes terrenos mais interiores, podendo ajudar a ligar o jogo, posicionando-se entre linhas ou procurando receber em posição para finalizar.
O camisola “10” do CF Estrela leva 2 golos em 13 jogos e é, sem dúvida, um jogador a ter debaixo de olho nos próximos tempos.
Estamos assim a assistir ao renascer deste clube histórico, que começa a traçar um novo caminho com olho em conquistas e muito sucesso. Um projeto muito bem estruturado e ambicioso, produto do trabalho e dedicação conjuntos de dirigentes, jogadores, equipa técnica, sócios e muitos outros elementos relevantes para este processo. De destacar o papel de André Geraldes, presidente da SAD do clube.
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