Fulham FC – Domínio Total no Championship
Neste artigo é analisado ao detalhe o Modelo de Jogo de Marco Silva. O excelente trabalho do treinador português e sua equipa técnica culminou no título do Sky Bet Championship e respetiva subida de divisão. Toda a época foi marcada pelo domínio da sua equipa, acumulando um total de 90 pontos, 43 golos sofridos e uns impressionantes 106 golos marcados. A rápida adaptação dos jogadores às sua ideias foi determinante e essencial para o sucesso ao longo do campeonato que, de uma forma geral, sempre apresentaram um futebol muito positivo, sendo um autêntico “rolo compressor” em muitos dos jogos, vencendo por muitos golos.
A nível individual, destacar o melhor marcador do campeonato Mitrovic e o talentoso Fábio Carvalho; além de contribuirem muito para a ideia de jogo do treinador, foram decisivos na maioria dos jogos; dos 106 golos marcados pela equipa, metade dos golos foram concretizados pelos dois jogadores 43 (Mitrovic) e 10 (Fábio Carvalho).
XI Inicial Base
Variando o seu sistema de jogo entre o 1-4-2-3-1 e o 4-3-3, a equipa sempre demonstrou grande capacidade de adaptabilidade consoante o adversário que encontra. Também é necessário realçar que perante o calendário apertado do próprio campeonato, o plantel sempre apresentou grande competitividade interna, decisiva em muitos dos jogos, tanto pela necessária rotatividade do XI inicial, bem como pelos jogadores que saíam do banco de suplentes para ajudarem a manter ou a melhorar o rendimento da equipa.
Organização Ofensiva
1a fase
A equipa inicia a sua construção curta e paciente através da sua linha defensiva (DC’s + laterais em posição baixa) e vai alternando durante o jogo o posicionamento dos seus MC’s (1+1 ou duplo pivôt). Os extremos, MO e PL apresentam sempre muita mobilidade e alternância posicional, estando sempre em constante movimento para criar situações de superioridade numérica e receberem bola em espaços propícios para ficarem de frente para o jogo. Neste momento, a equipa procura muito o jogo interior e simplificação de processos, através de constantes aproximações e coberturas ofensivas, dando sempre várias soluções ao portador de bola. Ligações e passes interiores são procurados com o objetivo de ultrapassar as linhas defensivas adversárias, conseguindo chegar ao último terço em poucos segundos, de uma forma simples e eficaz.
A alternativa à construção curta é a ligação direta e longa do GR para o PL – Mitrovic apresenta muita capacidade para receber bolas longas para “servir” os colegas mais próximos.
Criação:
Para além da sua capacidade de simplificação de processos desde a 1a fase até à fase de finalização, a equipa de Marco Silva é muito capaz de controlar a maioria dos seus jogos através do seu jogo posicional, sabendo os momentos exatos de aceleração para chegar a situações de finalização. Em ataque posicional, todos os jogadores mais ofensivas (médios, extremos e ponta de lança) apresentam muita mobilidade e uma procura incessante pelo controlo do jogo, havendo sempre soluções de passe. Procuram garantir jogadores à largura (DL’s por dentro e EXT’s por fora ou DL’s por fora e EXT’s por dentro) e um grande número de jogadores no corredor central.
A circulação é sempre feita com velocidade e em poucos toques por jogador, conseguindo sair de zonas de pressão do adversário (espaços reduzidos) com facilidade. Os momentos de aceleração são iniciados quando jogadores conseguem receber com espaço e de frente para o jogo e/ou através de movimentos de ataque ao espaço.
Chegada a zonas de finalização:
A chegada à área adversária é feita através de combinações curtas e rápidas, imperando os movimentos de apoio-rutura e dinâmicas de 3o Homem. Normalmente, estas combinações ocorrem no corredor central, conseguindo colocar vários jogadores na cara do golo. Fábio Carvalho é essencial nestes momentos, imperando a sua criatividade e imprevisibilidade. Em corredor lateral também conseguem chegar rapidamente ao último terço, através de ataques ao espaço e dinâmicas de corredor, originando situações de cruzamentos ou passes atrasados.
Transição Defensiva
No momento da perda da bola, os jogadores mais próximos do centro de jogo reagem imediatamente para encurtar a ação do portador da bola; conseguindo ganhar a bola, reorganizam-se ofensivamente ou transitam de imediato para apanhar o adversário em contrapé. Quando não existe possibilidade de reagir à perda, toda a equipa recupera defensivamente, em diagonal, protegendo sempre o corredor central; numa última fase, a prioridade é a proteção da sua área e baliza.
Organização Defensiva
Pressão no pontapé de baliza:
Os 3 jogadores mais avançados (PL, Extremos e MO) posicionam-se em posição alta para obrigar o adversário a jogar longo desde a saída do seu GR. Quando adversário sai de forma curta, toda a pressão é feita Homem-Homem, de uma forma efetiva e agressiva, encaminhando-os para os corredores laterais onde conseguem obter igualdades numéricas e assim estarem mais perto de recuperarem a bola.
2a fase:
Organizados defensivamente em 4-4-2 num bloco médio, Mitrovic e Fábio Carvalho estão responsáveis por ativar e encaminhar a pressão. Restantes jogadores adotam duas linhas de 4, sempre com a intenção de proteger o corredor central e limitar os espaços entre-linhas. Quando adversário “invade” o bloco defensivo, é momento de pressionarem agressivamente para a conquista da bola. Também estão sempre preparados para “saltar” na pressão sempre que adversários jogam para trás e recebem de costas.
Em situações defensivas junto à sua área defensiva, a prioridade da equipa é agrupar defensivamente e proteger a sua baliza, mantendo sempre as duas linhas de 4 coesas e sem espaço entre si. A última linha defensiva está sempre preparada para situações de cruzamento, ocupando muito bem as zonas defensivas dentro da área. Também estão sempre em alerta constante para proteção e recuperação da profundidade visto que, é uma zona de exploração e aceleração por parte da maioria das equipas deste campeonato, aliando ao seu seu jogo direto e de transições rápidas.
Transição Ofensiva
Sempre que a equipa ganha bola, mesmo em zonas recuadas do campo, o objetivo é “ferir” o adversário através da verticalidade, objetividade e velocidade. Transitar em ataque rápido é uma das mais-valias da equipa, conseguindo chegar rapidamente ao último terço. Neste momento, as apetências físicas e técnicas dos seus jogadores são essenciais para fazerem a diferença em muitos jogos, originando ataques vertiginosos. Jogadores como Mitrovic, Fábio Carvalho, Wilson, Kebano e Reid são essenciais no momento de acelerar em transição, proporcionando muitas ações de finalização com sucesso.
Para todos os clubes, treinadores, jogadores, olheiros, agentes, empresas e media que queiram saber mais sobre os nossos serviços de scouting, não hesitem em contactar-nos através de mensagem privada ou do nosso email geral@proscout.pt.
