Roger Schmidt – Saídas e entradas para 2022/2023
Ao que tudo indica, revelado pela imprensa nacional e internacional, Roger Schmidt terá acordo com o Sport Lisboa e Benfica para assumir o comando técnico nas próximas duas temporadas. Proprietário de um estilo de jogo bastante específico, defensivamente pressionante e ofensivamente muito móvel e dinâmico, o técnico alemão terá de mexer bastante no plantel para conseguir colocar as suas ideias em prática… e também eliminar ‘fantasmas’ das últimas épocas. Contudo, onde deverá mexer Roger Schmidt? Quem deverá sair? Quem deverá chegar? Fazemos aqui um simulacro da preparação da época 2022/2023 dos encarnados.
Em primeiro lugar, vamos às saídas do plantel. Quem deverá ser dispensado? Quem deverá ser vendido para gerar dinheiro à SAD benfiquista? Falando de dispensas, sugerimos aqui os nomes que serão quase unânimes entre os adeptos:
Valentino Lázaro – O lateral austríaco chegou esta temporada à Luz por empréstimo do Inter, provavelmente envolvido no negócio de João Mário. Contudo, nunca esteve perto de convencer. O regresso a Milão será inevitável.
André Almeida – O lateral português já representa as águias há onze épocas, repletas de altos e baixos. Nunca foi unânime no universo benfiquista e está a passar por uma fase complicada, com várias lesões graves e fracas exibições. Desportivamente já não acrescenta nada aos encarnados e faria todo o sentido rescindir o contrato com o jogador.
Soualiho Meité – O médio francês foi outro dos reforços para esta temporada, mas foi tudo menos uma mais valia. Raramente acrescentou algo ao meio campo encarnado e nunca mostrou muita vontade de mudar esse ciclo negativo. Além disso, está longe de ser um jogador para corresponder às ideias do provável novo técnico. Se a direção benfiquista conseguir recuperar os sete milhões que investiu, Meité deveria ser uma das principais prioridades para deixar o clube.
Diogo Gonçalves – O médio/ala português formado no Benfica chegou a impressionar na época passada, onde jogou a lateral numa linha de cinco. Contudo, esta época teve pouco espaço no plantel e quando teve oportunidades raramente conseguiu corresponder. Mediano como ala e limitado como extremo, não parece haver futuro para Diogo Gonçalves na Luz.
Gil Dias – O extremo português chegou também esta época aos encarnados, mas foi mais uma contratação falhada. Raramente foi aposta, mas quando o foi, nunca conseguiu acrescentar muito à equipa. Não mostrou qualidade suficiente para fazer parte do plantel e retirou espaço a jovens formados no clube. Certamente não permanecerá nos encarnados.
Nemanja Radonjic – Mais um dos reforços na lista de dispensas explica muito do que foi a época do Benfica, mas aqui está. A temporada do extremo sérvio foi, no mínimo, enigmática. Quando começou a ser aposta, ainda com Jorge Jesus, esteve em grande forma e foi importante na resolução de alguns jogos, mostrando a irreverência que faltava ao ataque encarnado. Contudo, com algumas lesões pelo meio e a saída do técnico português, nunca mais foi aposta e tem oscilado entre banco e bancada. Emprestado pelo Marselha por duas temporadas e tendo em conta as sucessivas lesões, não faz sentido manter esse empréstimo.
Estando já completa a lista de dispensas/vendas mais unânimes e previsíveis, vamos agora sugerir a venda de alguns jogadores que dividem opiniões na massa associativa encarnada:
Odysseas Vlachodimos – O guarda redes é um nome que origina bastantes discussões entre os adeptos, mas a verdade é que uma equipa grande como Benfica perde mais com o grego em campo do que ganha. Sempre mostrou dificuldades em sair dos postes, na leitura de jogo e a ser uma opção válida na construção da equipa… e nunca evoluiu nesses aspetos. A indiscutível qualidade entre os postes pode render uma boa compensação financeira à direção benfiquista na procura de uma boa alternativa.
Verthongen/Otamendi – Apesar de serem dos mais apreciados no clube, Verthongen e Otamendi já têm ambos 34 anos e está mais que provado que os dois a jogarem juntos numa linha de quatro defesas é um risco enorme para a equipa pela dificuldade no controlo da profundidade. Contudo, ambos os defesas têm demasiado estatuto para serem suplentes, o que também não fazia sentido tendo em conta a folha salarial de ambos. Um dos dois deverá sair.
Julian Weigl – O médio alemão, a par de Odysseas, é dos jogadores que mais opiniões divide desde a sua chegada em 2020. Injustamente, diga-se. Weigl é um jogador que desde cedo mostrou a sua classe e qualidade com bola e sentido posicional sem bola. Contudo, além de nunca ter convencido alguma parte dos adeptos, o médio foi contratado para um sistema que não o favorece e o modelo asfixiante e exigente fisicamente de Roger Schmidt requer para a posição uma disponibilidade física e psicológica que Weigl não consegue fornecer. Publicamente com mercado nas principais ligas, a venda do alemão poderia dar uma boa compensação financeira ao clube da Luz.
Adel Taarabt – Mais um nome muito polémico no seio benfiquista, bastante manchado pelo que fez (ou não fez) nos primeiros anos no clube. Ganhou uma nova vida com Bruno Lage, mas desde a sua saída que nunca conseguiu ter uma forma regular e constante. Nunca convenceu totalmente Jorge Jesus e, apesar de ser titular com Veríssimo, Taarabt continua a precipitar-se e deixar a equipa vulnerável, também num modelo que não favorece as suas qualidades. Poderia ser um jogador para fazer de médio ofensivo com Schmidt, mas a impaciência sem bola e precipitação com bola dificultam essa possibilidade. Faria todo o sentido um fim de ciclo do marroquino na Luz.
Rafa Silva – O extremo português acaba por, no geral, fazer uma época bem acima da média, apesar de ter piorado exibicionalmente depois da saída de Jorge Jesus. Por mais qualidade que tenha, fica sempre a ideia de que Rafa não está de corpo e alma nas águias e, tendo em conta que tem mercado no estrangeiro, seria o momento perfeito para ganhar dinheiro com o jogador… que faz 29 anos em maio.
Haris Seferovic – O ponta de lança suíço é mais um dos casos da lista que está longe de ser unânime como uma mais valia para a equipa. Contudo, a realidade é que Seferovic tem uma contribuição para golos bem acima da média desde que chegou à Luz em 2017. Esta época teve uma lesão muito longa que o manteve afastado das opções para o ataque e o seu estado físico pós-lesão é uma incógnita. É preciso perceber se o que dão pelo avançado compensa o que dará ao plantel, mas, mesmo que inicialmente, Haris Seferovic estaria sempre na lista de vendas.
Darwin Nuñez – O ponta de lança uruguaio está numa forma fantástica e já leva mais de 30 golos na presente temporada. Este momento de forma não tem passado despercebida e Darwin tem sido apontado a vários tubarões europeus e a venda no verão parece inevitável. Os valores da sua venda serão bastante importantes caso haja esta revolução no plantel.
Já abordadas todas as saídas, iremos agora falar dos regressos (ou não) dos emprestados:
Ferro – A história do jovem central no Benfica decaiu de forma súbita, o que levou a que fosse emprestado ao Hajduk Split da liga croata. O feedback de quem acompanha o campeonato tem sido positivo, mas não é neste nível que Ferro vai provar se merece ou não uma nova oportunidade na Luz. Seria importante manter o empréstimo, mas agora num nível mais acima.
Florentino Luís – O jovem médio defensivo tem tido muitas dificuldades em assumir-se no plantel benfiquista desde que subiu da equipa B, tendo passado por alguns empréstimos. Este ano no Getafe tem realizado boas exibições, mas não é um titular indiscutível. O potencial está lá, logo faria todo o sentido ter uma oportunidade para fazer parte do plantel da próxima época, ele que oferece um perfil mais defensivo e impactante que os outros 6’s encarnados – Weigl e Meité.
Pizzi – Mais um nome bem conhecido na Luz, mas também muito polémico, muito pela postura corporal em campo nos momentos menos bons. A verdade é que Pizzi teve uma influência brutal no que toca a contribuição para golos nas últimas temporadas, mas desde 2020 que entrou numa forma descendente, o que levou a um empréstimo ao Başakşehir, pouco tempo depois do arrufe com Jorge Jesus em janeiro, que levou ao despedimento técnico. O fim de ciclo no Benfica parece ser a melhor solução para ambos, até não combinando nada com o modelo de Roger Schmidt.
Jota – O jovem extremo vindo do Seixal tem sido uma das surpresas da temporada, pela grande forma que está a mostrar no empréstimo ao Celtic. Infelizmente para o clube da Luz, o histórico de Glasgow possui uma opção de compra de apenas 8 milhões de euros para o passe do jogador. Contudo, tem sido público na imprensa que os encarnados estão a tentar convencer Jota a regressar ao clube da sua formação. A ser verdade, esse possível regresso estará nas mãos do jogador.
Para finalizar, iremos apresentar agora as posições que cremos terem de ser reforçadas e propor nomes que encaixem nessas mesmas posições e simultaneamente nas ideias de Roger Schmidt:
Guarda-redes
Samuel Portugal (Portimonense SC) – O guarda-redes brasileiro de 28 anos fez uma grande temporada em 20/21 e está a manter a sua excelente forma na presente temporada. Entre os postes não é inferior a Vlachodimos e acrescenta qualidade na saída de entre os postes e na construção (mais calmo sob pressão). Globalmente, desde a época passada que tem sido o melhor guarda-redes da Primeira Liga das equipas fora dos três grandes. Seria um belo reforço para a equipa encarnada, sendo uma opção teoricamente barata e de mercado nacional. A boa relação do Portimonense SC com o FC Porto pode ser um entrave.
Lateral Direito
Dodô (Shakhtar Donetsk) – O lateral brasileiro de 23 anos é um dos lesados da guerra que se instalou na Ucrânia, onde representava o Shakhtar. Já passou pelo Vitória SC em 2019 e desde então tem vindo a realizar temporadas bem acima da média na Ucrânia. É um lateral de baixa estatura, bastante veloz, agressivo na pressão e nos duelos e com excelente capacidade de definição no último terço. Viria para dar garantias no momento defensivo e ofensivo e é uma excelente oportunidade de negócio.
Lateral Esquerdo
Abner Vinicius (Athletico Paranaense) – O jovem brasileiro de 21 anos representa as cores do Athletico Paranaense, conjunto que milita no Brasileirão, tendo sido contratado ao Ponte Preta em 2019 por cerca de 2,5 milhões de euros. Já conta com mais de 100 jogos pelo clube apesar da idade e já revela bastante maturidade em campo. Veloz, inteligente, com critério no passe e no cruzamento. É a atacar que se destaca mais e aparece muito bem em zonas de criação e finalização. É capaz de oferecer largura ao jogo, mas também é forte nos movimentos interiores. Defensivamente, apresenta algumas limitações posicionais, onde tem evoluído gradualmente.
Médio Defensivo
Axel Witsel (Dortmund) – O médio belga não precisa de apresentações. Acaba contrato com o Dortmund em junho e já foi associado às águias. A custo zero, e apesar dos 33 anos, Witsel seria uma mais valia para o plantel do Benfica. Um clube que conhece bem e já confessou várias vezes ter esse desejo de regressar.
Diawara (AS Roma) – Este médio guineense é uma opção para a posição ‘6’ mais jovem que Witsel e com muita qualidade. Deu nas vistas no Nápoles de Maurizio Sarri que lhe valeu uma ida para a Roma por 21 milhões de euros. Na capital italiana destacou-se principalmente com Paulo Fonseca e começou a ser suplente regularmente aquando da saída do técnico português. Estará certamente descontente com a situação e estará à procura de uma nova oportunidade para mostrar o seu valor. Destaca-se pela estampa física, mas também pela facilidade com que descobre os colegas entrelinhas com passes verticais e com passes longos para as costas da defesa adversária. É uma opção que dá garantias defensivas e ofensivas. A colocação de jogadores no negócio e Tiago Pinto poderiam facilitar.
Médio Centro
Joey Veerman (PSV) – O médio centro holandês é bem conhecido por parte de Roger Schmidt, dado que chegou ao PSV em janeiro deste ano e tem explodido nas mãos do técnico. Prima pela qualidade no passe, a visão de jogo, a facilidade na cobrança de bolas paradas e a versatilidade para fazer vários papéis no meio campo, com hábito para cair nas laterais e criar superioridade numérica e combinações curtas. Tem também muita facilidade em remates de meia distância e disponibilidade para pressionar alto a construção adversária durante grande parte do jogo. Em três meses (18 jogos) já leva 6 golos e 6 assistências, além de se ter tornado indiscutível para o técnico alemão. Seria um belo reforço para os encarnados e viria para resolver muitos problemas no meio campo.
Xeka (Lille) – Xeka atuou muitas vezes num 4 – 2 – 3 – 1, sistema predileto de Roger Schmidt, demonstrando ser um jogador com um grande raio de ação, que se caracteriza por ser muito forte nos duelos defensivos e na capacidade que tem para pressionar e desarmar os mesmos. A sua estatura permite-lhe também que ganhe muitos duelos aéreos. Quando tem bola, procura fazer passes longos para variar o centro de jogo, encontrar colegas em profundidade, bem como passes e rutura dentro do bloco adversário. Ver mais no artigo https://www.proscout.pt/xeka-o-medio-que-faltava/
Médio Ofensivo
Ricardo Horta (SC Braga) – O médio português é bem conhecido dos adeptos benfiquistas, curiosamente tendo ele e o irmão André uma ligação sentimental ao clube da Luz. Chegou a Braga em 2016 e desde então tem sido o jogador mais importante do clube, com uma contribuição para golos anormal. Tem uma capacidade acima da média para ligar o jogo em zonas interiores, atrás dos médios adversários. E é aí que pode fazer grande diferença no plantel encarnado, que não tem ninguém que o faça com a sua qualidade, o que tem criado problemas em ataque organizado. Seria uma contratação muito inteligente e mais uma de mercado nacional. Resta saber o valor que o Braga pediria.
Extremo
Samuel Lino (Gil Vicente FC) – O extremo brasileiro de 22 anos tem-se vindo a revelar como um dos melhores jogadores fora os três grandes e Braga, o que lhe valeu uma transferência para o Atlético de Madrid, a partir de julho (segundo a imprensa). Contudo, não deverá ficar, pelo menos de momento, em Madrid, o que abre uma janela de oportunidade para os encarnados, que mantêm boas relações com a direção ‘colchonera’. Samuel Lino já conta com 6 golos e 3 assistências em 19 jogos esta época e tem sido uma das causas do sucesso deste Gil Vicente, muito devido à sua irreverência, velocidade, sublime capacidade de enfrentar o adversário no 1vs1, controlo de bola e qualidade na definição, podendo jogar no corredor direito ou esquerdo, em largura ou mais por dentro. Apesar de o extremo brasileiro ter apenas 22 anos, já mostra muita maturidade e nível para dar o salto.
Com as entradas e saídas já concluídas, seria esta a gestão que faríamos caso fôssemos os responsáveis pelo futebol do SL Benfica, tendo em conta o modelo e ideias de Roger Schmidt, que muito provavelmente será o próximo treinador das ‘águias’. Acreditamos que esta revolução no plantel é extremamente necessária para o técnico alemão implementar o seu modelo de jogo e já deveria ter sido realizada há várias épocas.
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