No dia 26 de outubro de 2019, começa mais uma edição do Mundial sub-17, que desta vez será realizado no Brasil e terá a participação de 24 seleções. Neste artigo, vamos apresentar e analisar cinco jovens promessas a seguir no torneio que inicia-se em dois dias com o jogo de abertura entre o país sede contra a seleção do Canadá.
Zito Luvumbo (Angola)
O extremo direito de 17 anos completou uma brutal Copa Africana de Nações sub-17 no classificatório para o Mundial com Angola. Com média de 14 dribles por jogo com 56% de acerto em suas tentativas, o jovem que pertence ao 1.° de Agosto destaca-se por sua capacidade de eliminar rivais utilizando seu habilidoso pé esquerdo, com conduções tanto em espaços menores como acelerando através de sua velocidade.
Partindo aberto na direita no 4-2-3-1 do treinador Pedro Gonçalves, Luvumbo costuma receber e buscar jogadas de 1vs1, já que possui recursos com ambos pés na hora de transportar a bola e também estabelece uma relação com o lateral Afonso Binga, que aproveita as conduções interiores de Zito para atacar a profundidade pelo corredor exterior. Porém, Luvumbo, que já estreou com a seleção principal de Angola, tem uma tomada de decisão melhorável, com a pouca capacidade de transformar o que gera a partir do drible em produção direta se refletindo em suas estatísticas (apenas um gol e duas assistências na fase de classificação para a prova final).
Naci Ünüvar (Holanda)
Aos 16 anos, o extremo esquerdo de origens turcas já está se consolidando como titular da equipe sub-19 do Ajax que disputa a UEFA Youth League na atual temporada e trata-se de uma das grandes promessas do clube de Amsterdã e provavelmente o melhor jovem do mundo considerando apenas os nascidos em 2003. Naci Ünüvar marca diferenças com sua capacidade de drible em condução utilizando seu habilidoso e refinado pé direito no transporte do esférico, com uma destacável visão de jogo para colocar últimos passes depois de receber entre as linhas partindo aberto no 4-2-3-1 do Ajax e da seleção holandesa sub-17.
Uma de suas maiores qualidades é o primeiro contato com a bola: a relação de Ünüvar com o esférico se dá sempre através de um controle orientado seguido por um giro, algo que lhe permite maior tempo e espaço para realizar a posterior ação e desequilibrar com sua criatividade nas soluções em espaços reduzidos. Na atual temporada, Naci já soma 4 gols e 1 assistências em sete jogos, com destaque na UEFA Youth League neste início de campanha. Ademais, com a ausência por lesão de Brian Brobbey na prova final do Mundial, Ünüvar, que foi uma peça revulsiva no título dos neerlandeses no último Europeu sub-17 disputado na Irlanda, deve assumir papel de protagonismo em um ataque que conta com muita qualidade em nomes como Sontje Hansen e Mohamed Taabouni.
Robert Navarro (Espanha)
Formado nas categorias de base do Barcelona e com passagem recente pelo time sub-19 do Mônaco, o jovem de 17 anos protagonizou um duelo recente por sua contratação entre os rivais Athletic Club e Real Sociedad, com os Txuri-Urdin conseguindo concretizar sua compra junto aos franceses pelo valor de 6 milhões de euros. No último Europeu sub-17, Robert Navarro demonstrou qualidades que o credenciam como um jogador para ser diferencial na elite mundial nos próximos anos: trata-se de um médio ofensivo que desequilibra recebendo entre as linhas dos adversários, utilizando o privilegiado pé direito para associar-se em espaços reduzidos com seus companheiros e assistir movimentos de ruptura em profundidade demonstrando sua visão de jogo e capacidade associativa para tomar boas decisões.
Com o jogo entre linhas sendo sua especialidade, Navarro também possui grande capacidade de drible e criatividade para eliminar rivais através da condução em velocidade, com seus movimentos para identificar espaços nas costas dos médios do conjunto contrário formando uma boa sociedade com o extremo direito Yerémi Piño e o lado forte de construção da Espanha, que outra vez deixou melhores sensações individuais que coletivas no último Europeu sub-17.
András Németh (Hungria)
O atacante de 16 anos que atua no Genk foi o principal destaque e grande responsável pela classificação da Hungria na repescagem contra a Bélgica no último Europeu sub-17. Em um time que cedia a iniciativa com o esférico aos rivais para defender no próprio terreno com o bloco defensivo recuado, Németh marcou diferenças com sua capacidade de condução em campo aberto em um cenário de transições, utilizando seu físico e arrancada a partir de seus 1,84m de altura para eliminar adversários e criar situações de remate por conta própria, demonstrando autossuficiência e também bons comportamentos sem a bola em fase defensiva em uma Hungria que, como já foi mencionado, trata-se de um conjunto caracterizado por passar longos períodos em defesa posicional.
Na atual UEFA Youth League com o Genk, Németh está sendo utilizado como extremo pela esquerda, tendo se destacado desta forma na vitória por 3-1 do time dirigido por Kevin van Dessel sobre o Napoli na segunda rodada da fase de grupos da competição.
Matias Palacios (Argentina)
Em sua primeira experiência como treinador, Pablo Aimar privilegia a manutenção da posse de bola e um jogo associativo curto e apoiado desde a saída de bola com a utilização do 4-3-3 fixo na Argentina sub-17. No último Sul-Americano da categoria, o jovem que melhor representou as ideias do ex-jogador do Benfica foi o médio interior Matias Damian Palacios, atleta que pertence ao San Lorenzo e que inclusive já atuou no time principal do CASLA. Partindo como interior esquerdo, Palacios destaca-se por sua capacidade associativa para organizar os demais companheiros através do passe, estabelecendo o lado forte de construção dos argentinos no setor canhoto e ativando as projeções pela direita do lateral Luciano Vera, que mantém posição aberta em amplitude para oferecer largura no corredor exterior.
Além de marcar diferenças a partir da relação com o passe, Palacios também é muito hábil identificando e recebendo entre linhas para buscar últimos passes, se tratando de um jogador que procura muito este tipo de assistência no último terço. Sem ir muito longe, contra o Brasil no Sul-Americano sub-17, na vitória por 3-0 dos argentinos, a exibição do garoto de 17 anos foi brutal, completando muitíssimos dribles e dirigindo a circulação ofensiva da albiceleste em um jogo que certamente marcou esta geração ainda jovem que tem muito potencial para, liderados por Matias Damian Palacios, surpreender e fazer bom papel no Mundial disputado na casa do maior rival que se aproxima.
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