Realizou-se na Índia, durante os dias 6 e 28 de Outubro o Mundial de Sub-17, onde a Inglaterra se sobrepôs a toda a concorrência e conquistou o seu primeiro título de campeão do mundo da categoria.
Como é hábito neste tipo de certames, os jovens jogadores puderam exibir todo o seu talento e mostrar-se ao mundo do futebol, tendo-se destacado dos demais os seguintes:
GR – Álvaro Fernández – 17 anos – Espanha – Málaga C.F.
Após ter sido o guardião da campanha vencedora no Europeu da categoria, em Maio deste ano, mereceu a continuidade da aposta e assumiu igualmente a baliza durante todo o Mundial. Jogador que passou nos escalões de formação do Rayo Vallecano e Real Madrid, que trocou pelos malaguenhos há duas épocas atrás. Já foi presença nos treinos da equipa principal do Malaga CF e certamente é visto como uma das grandes esperanças do clube para o futuro.
Possuindo boa estatura para a posição, tem 1.85m, é um guarda-redes ágil e de reflexos rápidos. Sempre concentrado, revela ter uma boa leitura dos lances e aparenta saber-se posicionar entre os postes a todo o momento.
Mostrou ter algumas dificuldades na abordagem a cruzamentos. Bom exemplo disso é precisamente a final do torneio, onde sofreu alguns golos nesse tipo de lance.
DD – Steven Sessegnon – 17 anos – Inglaterra – Fulham F.C.
Apesar de não ter sido titular em todos jogos (Timothy Eyoma roubou-lhe a titularidade nas duas primeiras partidas do torneio), foi uma das peças chaves da Inglaterra na fase a eliminar e revelou ser o melhor lateral direito, mesmo tendo o handicap de ser canhoto.
Já fez dois jogos pela equipa principal do Fulham, a contar para a EFL Cup, tendo realizado os 180 minutos.
É um lateral com grande capacidade física, sendo capaz de percorrer todo o corredor a uma grande velocidade, tanto na fase ofensiva, como na recuperação defensiva. Ofensivamente é jogador muito perigoso e que acrescenta qualidade aos processos devido à sua aptidão desequilibradora (aceleração e agilidades muito fortes) e ao bom envolvimento com o seu colega da ala direita. Demonstra também grande capacidade nos cruzamentos, tendo mesmo arrecadado para si cinco assistências para golo durante o torneio, incluindo duas na final contra a Espanha.
Defensivamente é um jogador que não compromete, mesmo não sendo o forte do seu jogo. Poderá e deverá melhorar este aspeto. Por causa da sua baixa estatura é um jogador vulnerável no jogo aéreo.
DC – Joel Latibeaudiere – 17 anos – Inglatera – Manchester City F.C.
O capitão da Inglaterra e o melhor defesa do torneio. Nascido em Doncaster, tem feito toda a sua formação nas escolas do Manchester City, foi um dos esteios da grande performance da equipa inglesa, foi totalista de minutos. Joga preferencialmente do lado direito, o que lhe possibilita tirar partido do seu melhor pé.
Muito rápido, de passada larga e muito forte fisicamente, tem recursos físicos de topo e não são injustas as comparações que têm sido feitas com o capitão da equipa principal do Manchester City, Vincent Kompany.
Tirando partido da sua excelente estatura e impulsão é um central muito imponente no jogo aéreo, tornando-o assim uma ameaça em lances de bola parada ofensivos. Demonstra ser um defensor extremamente concentrado, muito eficiente no 1v1 defensivo, muito bom sentido posicional e bom entendimento dos timings de contenção/pressão. Às suas qualidades físicas e defensivas, ainda adiciona o facto de ter enormes recursos no capítulo do passe, procurando sempre romper as linhas defensivas adversárias, conferindo-lhe desta forma o pacote completo para um defesa central moderno.
DC – Víctor Chust – 17 anos – Espanha – Real Madrid C.F.
A grande pedra basilar da defesa espanhola, Chust demonstrou ser um defesa central veloz e mesmo não sendo especialmente alto, extremamente eficaz no jogo aéreo. Não foram poucas as vezes em que se conseguiu superiorizar aos atacantes quer nas bolas divididas quer nos cruzamentos.
Sempre muito atento, é um central forte e agressivo no 1v1, não tendo medo em enfrentar os adversários e tentar o desarme.
Tecnicamente, apresenta imensa qualidade com o seu pé direito, capacitando-o de ser é muito forte na 1ª fase de construção, tanto em condução como através de passe.
DE – Weverson – 17 anos – Brasil – São Paulo FC
Titular em cinco dos sete jogos (entrou ao intervalo contra as Honduras e a Alemanha) que o Brasil realizou na sua caminhada até ao 3º lugar, mostrou ser um dos grandes talentos canarinhos da sua geração.
Das peladas em campos barrentos do Naturezinha de Samambaia saiu para as escolinhas do Brasília Futebol Academia e daí, aos 13 anos mudou-se para São Paulo para jogar nas camadas jovens do São Paulo FC, clube que ainda representa até aos dias de hoje.
Tendo 1.83m, é um lateral alto e esguio, o que lhe confere uma agilidade fora do comum. Possui grande velocidade e aceleração, o que lhe permite ultrapassar os adversários com facilidade e como é apanágio dos jogadores brasileiros, é dotado de um toque de bola refinado e de boa técnica de drible.
Destaca-se essencialmente pela seu trabalho ofensivo, gostando de transportar a bola pelo corredor, procurar o extremo para tabelar e poder assim aparecer no último terço para cruzar para a área, preferencialmente rasteiro e tenso. Sempre que possível, gosta de jogar directo para o extremo ou para o avançado, quer através de passe aéreo, sempre com qualidade.
Do ponto de vista defensivo, tem bom sentido posicional, mas é um jogador ainda muito impulsivo, com tendência a sair em antecipação ao adversário, nem sempre escolhendo o melhor timing. Tem, no entanto, a capacidade física para recuperar a posição e devido a ter boa idoneidade no 1v1 defensivo, corrigir o erro.
MC – Marcos Antônio– 17 anos – Brasil – Clube Atlético Paranaense
Um dos totalistas brasileiros, Marcos Antônio foi uma peça imprescindível para Carlos Amadeu. Emparelhado com Bobsin, integrou um duplo pivot no meio campo tendo se complementado muito bem. Marcos é um verdadeiro médio todo o terreno, mostrando um raio de acção extremamente amplo, grande dinamismo e um pulmão inesgotável. De muito baixa estatura, apresenta um centro de gravidade igualmente baixo, conferindo-lhe uma agilidade e capacidade de mudança de direcção muito fortes, mas trazendo-lhe muitas dificuldades no jogo aéreo. Defensivamente, está sempre pronto a dar coberturas aos colegas que saem na pressão e consegue interceptar muitas linhas de passe devido a um sentido posicional muito apurado. Do ponto de vista ofensivo, tem boa visão de jogo e liga bem o jogo com os sectores mais avançados, fazendo-o preferencialmente através de passe do que através de condução. Quando consegue aparecer no último terço do terreno mostra bastante competência na finalização.
MC – George McEachran – 17 anos – Inglaterra – Chelsea F.C.
Do trio de médios ingleses, George McEachran foi o médio mais consistente durante todo o torneio. No Chelsea desde os 9 anos de idade, este jovem médio demonstrou qualidades do ponto de vista defensivo, sendo eficaz no ‘tackle’ e nas bolas divididas, havendo no entanto necessidade de desenvolver a sua compleição física, de forma a se conseguir impor perante adversários fisicamente mais fortes. Destacou-se principalmente pela sua visão de jogo, qualidade na construção, decisões e pela enorme capacidade de, com o seu pé esquerdo, passar a bola com elevada precisão, esteja o seu destinatário onde estiver e independentemente do tipo de passe realizado. Apesar de não ser muito frequente no seu jogo, quando parte para o dribble, demonstra ter facilidade em o fazer, apresentando uma elevada taxa de sucesso neste tipo de lances. Nota ainda para ser uma ameaça no momento das bolas paradas ofensivas indirectas.
MC – Yacine Adli – 17 anos – França – Paris Saint Germain F.C.
Apesar da selecção francesa ter sido precocemente eliminada, caíram perante a Espanha nos oitavos de final, Yacine Adi justificou a sua presença no melhor XI da competição. O médio do PSG foi o principal pensador de todo o jogo ofensivo francês e quer a jogar deslocado para a ala direita, quer a jogar como ‘10’, foi sempre muito requisitado pelos seus colegas, que depositavam nele a esperança de gerir o ataque.
Surpreendeu pela capacidade em jogar de igual forma com o pé esquerdo ou com o pé direito, pela polivalência (jogou na ala direita, como médio mais ofensivo do tridente do meio campo e ocasionalmente como ‘8’), enorme qualidade na fase de criação e especialmente pelo fantástico talento em passar a bola, particularmente no último passe. Como jogador de ala mostrou boas indicações nos cruzamentos, optando quase sempre por fazê-los já dentro da área, rasteiros e para trás. O aspecto onde terá de melhorar é claramente nas tarefas defensivas, sendo um jogador que negligencia um pouco este momento do jogo.
ED – Phil Foden – 17 anos – Inglaterra- Manchester City
Foi, com alguma margem para os seus pares, o melhor jogador do Mundial e viu isso igualmente reconhecido pela organização do torneio, que o presenteou com a bola de ouro. Saltou para a ribalta do futebol após a pré-época com a equipa principal do Manchester City e tendo já sido amplamente elogiado por Pep Guardiola, adivinha-se que a estreia oficial esteja para muito breve. Apesar de ser um médio centro de raíz, Steve Cooper, o seleccionador inglês, apostou no jovem na direita, onde tinha alguma liberdade para procurar terrenos mais interiores, deixando todo o corredor direito ao cargo de Sessegnon.
É um organizador de jogo com uma capacidade técnica espetacular, uma visão de jogo primorosa e apresenta já nesta idade a tendência para tomar sempre a melhor decisão para a equipa.
Com a bola sempre colada junto do pé esquerdo, a sua habilidade dribladora desmancha qualquer defesa e juntando à sua enorme facilidade em fazer sempre o passe certo, deixa sempre a sua equipa em melhores situações do que estava antes do jogo passar pelos seus pés.
EE – Sergio Goméz – 17 anos – F.C. Barcelona
Foi, para a organização do torneio, o bola de prata. O jovem extremo, que após um curto período no RCD Espanyol se mudou para o maior clube da cidade, mostrou ter veia goleadora, tendo marcado quatro golos no Mundial, dois deles na final contra a Inglaterra. É um extremo que consegue juntar à explosividade, um controlo de bola de muito bom nível que lhe permite transitar para terrenos centrais e receber confortavelmente dentro do bloco adversário.
Demonstra ser um jogador particularmente perigoso nos remates de meia distância, rematando com muita potência e precisão. Gosta de partir para cima do lateral e tirar proveito de ser bastante eficiente no momento do 1v1 ofensivo. As suas mais-valias não se restringem apenas ao que oferece no ataque, visto que é um jogador sempre muito disponível para ajudar na fase defensiva.
AV – Rhian Brewster – 17 anos – Liverpool F.C.
Tendo apenas marcado um golo na fase de grupos, foi na fase a eliminar que se realmente destacou. Um impressionante registo de sete golos em apenas três jogos, incluindo dois jogos consecutivos a fazer hattrick, que lhe conferiu o prémio de bota de ouro do Mundial.
Avançado que não se limita a esperar que a bola lhe seja entregue para poder finalizar, Rhian apresenta uma grande disponibilidade física, não sendo poucas as vezes em que é possível vê-lo a baixar no terreno para ligar o jogo ou a deambular para zonas mais exteriores para poder explorar os espaços aí existentes. A sua velocidade e aceleração, bem como a sua habilidade em condução de bola tornam-o um jogador muito perigoso no ataque à profundidade. Como pôde ser visto no jogo contra os Estados Unidos, os livres directos é outra das armas que tem no seu arsenal. Necessita, no entanto, de melhorar o seu jogo aéreo, pois apesar de ser um jogador alto, revela ter algumas dificuldades neste momento do jogo.
Artigo escrito em parceria com Luís Lalanda[:]
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