Data Scouting – Destaques da Liga 3
Na primeira edição da Liga 3, que viu o Torreense campeão, a Oliveirense subir à 2a Liga e o Alverca ir ao play-off frente ao Covilhã, foram muitos os jogadores que se destacaram e que se mostraram ao mundo do futebol. Esta competição trouxe mais competitividade, mais visibilidade e oportunidades para os atletas, mas também para os treinadores e clubes.
A evolução do mundo do futebol e da tecnologia tem facilitado e melhorado a vida a todos os que trabalham no meio, e fazendo uso das ferramentas que temos disponíveis podemos fazer um processo de scouting diferente.
Este artigo foca-se num processo de data scouting para apontar os jogadores com maior rendimento do ponto de vista estatístico, e é um exemplo do que pode ser feito com os números e com as ferramentas que temos ao nosso dispor.
Explicação do Data Scouting
Para este processo de data scouting, dividimos a análise em várias posições, excluindo apenas os guarda-redes, e elaboramos vários quadros estatísticos (gráficos e radares) para avaliarmos o jogador com melhores índices e analisá-lo ao detalhe.
Antes de qualquer processo de data scouting é importante estabelecer pré-requisitos que nos levem a obter os resultados desejados e o mais acertados possível. Para tal, limitamos o campo de análise a jogadores com pelo menos 900 minutos jogados, de forma a apenas obtermos nomes que jogaram uma boa percentagem dos minutos disponíveis e cujos números reflitam o melhor possível a prestação do jogador.
O processo de escolha dos jogadores começa com uma pré-seleção dos jogadores, com 25 ou menos anos, que se destaquem mais nos gráficos elaborados, (por 90 minutos), que contêm os parâmetros que achamos mais indicados para esta primeira fase de seleção.
Depois de identificados esses jogadores, elaboramos radares percentil para cada um deles, cuja explicação pode ser vista aqui, para escolher o jogador com melhores índices estatísticos, procurando tomar uma decisão o mais sustentada possível.
Nota: O gráfico de passe, comuns a quase todas as posições, contem 3 parâmetros: % de Passes Certos e Passes Chave, representados nos dois eixos, e os Passes Efetuados, representado pela cor dos círculos. Deste modo, quanto mais escuro o tom do azul, maior o número de passes realizado pelo jogador, e vice-versa.
Defesas Centrais
Começando pelo início, para esta posição a análise recai sobretudo sobre os parâmetros defensivos, sem nunca descartar os números de cada jogador no momento ofensivo. Segue-se uma imagem com quatro gráficos, que contém os parâmetros que consideramos mais relevantes:
Através da análise destes gráficos, podemos retirar 4 defesas centrais, com 25 ou menos anos, que se destaquem dos restantes:
- Rony Fernandes (Amora, 1997) – Destaca-se pelos números nos duelos, sendo um dos jogadores com melhor rendimento nestes parâmetros no campeonato, sobretudo ao nível do volume, e também revela bons números no passe.
- Miguel Campos (Anadia, 1996) – Segue-se a Rony como um dos jogadores com melhor rendimento nos duelos. Números de volume e eficácia bastante positivos. Mudou-se neste mercado de transferências para a Académica de Coimbra.
- Ronaldo Rodrigues (Alverca, 1998) – Tal como os dois jogadores já abordados, também apresenta excelente números defensivos, especialmente no jogo aéreo, apesar de no momento ofensivo os números não merecerem tanto destaque.
- Julián Bonilla (Oliveira do Hospital, 1996) – Representado como “J. Tovar” nos gráficos, o jogador colombiano, que já assinou pelo Varzim, revela índices defensivos razoáveis, mas destaca-se acima de tudo pelos números ao nível do passe.
Por fim, todos os jogadores seriam boas alternativas, mas baseando-nos também nestes radares percentil e dando especial importância aos minutos jogados, a escolha recai sobre Ronaldo Rodrigues, tem muitos minutos jogados, e revela um rendimento elevado nos principais parâmetros analisados.
Ronaldo Rodrigues
Ronaldo Rodrigues chegou a Portugal em 2018, chegou a representar a equipa sub-23 do Sporting CP, e foi um dos destaques do Alverca esta temporada. O jogador brasileiro foi um dos esteios e foi um jogador muito importante no trajeto da equipa ribatejana até ao Play-Off de subida frente ao Covilhã, que acabou por perder.
Ronaldo Rodrigues assume-se como um central muito forte a controlar o espaço aéreo, seguro e competente ao nível do posicionamento e forte nos duelos. Não é um central muito agressivo, procura manter sempre uma orientação corporal correta, algo que o faz com qualidade, e é inteligente no posicionamento. No momento ofensivo é um jogador discreto e tem pouca iniciativa para sair a construir, apesar de ter qualidade técnica para ser ligeiramente mais ativo neste momento do jogo. Por fim, Ronaldo é um central com qualidade, teve um rendimento elevado na Liga 3 e tem potencial para chegar a um patamar superior.
Laterais
Aqui procuramos dividir a análise de forma equitativa entre o momento defensivo e o momento ofensivo. Analisamos o rendimento dos laterais nos duelos defensivos e recuperações de bola, e no drible, cruzamento e passe.
Através do gráfico podemos apontar 3 jogadores, que apresentam bons indicadores quer a atacar quer a defender e que, à partida, possam ser úteis para qualquer modelo de jogo.
- Simão Rocha (Torreense, 2000) – O lateral que participou na subida de divisão do clube de Torres Vedras apresenta excelentes indicadores no momento defensivo e também merece destaque no momento ofensivo.
- Aldair Faustino (Sanjoanense, 1999) – Apresenta bons índices ofensivos, ao nível do drible e passe e também apresenta números interessantes relativos ao momento defensivo.
- Lucas Silva (Amora, 1997) – Tem números positivos na maioria dos parâmetros, destacando-se sobretudo pelos números no momento ofensivo, e mostra um rendimento razoável no momento defensivo. Foi indicado recentemente no nosso blog como uma das revelações da Liga 3, num artigo que pode ser lido aqui.
Deste modo, a decisão recai sobre Simão Rocha, que é o jogador com melhores indicadores na combinação do momento defensivo e ofensivo, e apresenta excelentes indicadores na maioria dos parâmetros analisados.
Nota também para os bons indicadores defensivos de Carlos Freitas (Carlos Manuel nos gráficos) e Xico, ambos do Fafe, e de Habib Sylla, lateral que jogou pela União de Leiria e que assinou pelo Chaves para a temporada que se avizinha, que apresenta índices bastantes positivos no cômputo geral.
Simão Rocha
Simão foi um dos titulares do Torrense, participando em 26 jogos durante toda a temporada. Foi um dos destaques da equipa de Torres Vedras, que subiu de divisão, e regressou agora ao Paços de Ferreira, clube da sua terra e pelo qual passou durante a formação. Tudo indica que fará parte do plantel sénior para a temporada 22/23, pelo que poderá ser a sua primeira oportunidade no principal escalão do futebol português.
Simão Rocha é um lateral com uma grande disponibilidade física e com qualidade no 1v1 defensivo, sólido nos duelos e no desarme. No entanto, revela ainda algumas lacunas ao nível do posicionamento defensivo e da orientação corporal. No momento ofensivo, Simão oferece muita profundidade ao corredor esquerdo da sua equipa e qualidade na saída em condução e através do passe. Poderá vir a ser um sólido lateral no principal escalão do futebol português, ficando a expectativa para ver como vai correr a temporada que se avizinha.
Médios Defensivos e Médios Centro
Por regra geral, a nossa fonte de dados divide as posições de meio-campo em médios defensivos e médios centro, os denominados “6” e “8”, respetivamente, e em médios ofensivos, os “10. Como tal, dividimos os gráficos de forma equitativa para os dois momentos do jogo, para obtermos os jogadores que se destaquem apenas num dos momentos do jogo, ou até nos dois.
Aqui obtivemos quatro nomes com excelentes índices no momento defensivo e números também razoáveis a atacar, dois dos quais já viram a sua saída confirmada.
- Matheus Clemente (Felgueiras, 1998) – O médio brasileiro, que já viu confirmada a sua saída para o estrangeiro, tem números excelentes no momento defensivo, que o colocam no topo em todos os parâmetros. Assinou pelo PFC Cherno More Varna do principal escalão da Bulgária.
- Gustavo Klismahn (Alverca, 1999) – Revela números bastante positivos quer no momento defensivo quer no momento ofensivo, e merece especial destaque por este motivo. Assinou pelo Portimonense.
- Jorge Pereira (Sanjoanense, 1998) – Apresenta números defensivos bastante positivos, nomeadamente o índice de recuperações de bola, mas no momento ofensivo já não merece tanto destaque.
- Chico (Pevidém, 1997) – Tem números defensivos bastante positivos e mostra bons índices ofensivos (volume de Remates e Dribles). No geral mostra números muito interessantes.
Posto isto, a escolha podia recair sobre Matheus Clemente, que tem números defensivos realmente impressionantes, ou sobre Gustavo Klismahn. No entanto, como Matheus Clemente saiu para o estrangeiro e como Klismahn já foi destacado por duas vezes recentemente (aqui e aqui), escolhemos Chico do Pevidém, um nome mais fora do radar e que ainda não foi abordado no nosso blog.
Chico
Nascido em Vizela e formado no clube da terra, Francisco Fernandes estreou-se no futebol sénior pelo Barrosas, da Divisão de Elite da Distrital do Porto, na temporada 16/17. Seguiu-se o Berço SC, clube que representou por três anos, até ingressar no Pevidém na temporada 20/21. Nesse ano a equipa do norte do país garantiu lugar na Liga 3, competição que disputou este ano, tendo acabado por ser condenada à descida.
Chico assume-se como um médio competente a defender, revela um bom sentido posicional e regista um elevado número de recuperações de bola. No momento ofensivo é o farol da equipa para circular a bola, mostra muita qualidade e critério no passe, visão de jogo, um grande raio de ação e inteligência para fazer a equipa progredir no terreno. Chico continua ligado ao Pevidém, e por enquanto alinha-se para disputar o Campeonato de Portugal na próxima temporada, um patamar desproporcional para a sua qualidade. É um jogador que poderia ser claramente aproveitado por equipas do nível acima.
Médios Ofensivos
Aqui procuramos focar a análise nos parâmetros de criação e concretização, sabendo que também poderíamos ter explorado os índices de drible (volume e eficácia), que são depois analisados nos radares percentil.
Assim, deixando de fora nomes como Rui Pedro (33 anos) da Sanjoanense e André Perre (32 anos) do Caldas para dar preferência a jogadores com margem de progressão, o destaque vai apenas para dois jogadores:
- Paulinho (Felgueiras, 1997) – O médio que já assinou pelo Leixões mostra números excelentes no momento defensivo e índices também muito interessantes na fase de criação, ficando apenas para trás ao nível da concretização. Assinou pelo Leixões.
- Rúben Alves (Sanjoanense, 1995) – Tem números bastante positivos em quase todos os parâmetros. Excelente rendimento ao nível da criação e concretização. Já está fora do intervalo de idades pretendido.
Posto isto, ambos os jogadores têm números interessantes, sendo que a escolha recai sobre Paulinho. O médio do Felgueiras é mais novo, mostra bons índices também no momento defensivo, apesar dos números de criação serem inferiores aos de Rúben Alves, e é uma escolha mais interessante.
Paulinho
Paulinho dividiu o seu tempo de formação entre a Sanjoanense e o FC Porto, e chegou mesmo a estrear-se no futebol sénior pela equipa de São João da Madeira, tinha então apenas 16 anos. Em 2015 saiu para o Liverpool para representar o escalão sub-18. Saiu dos “Reds” em 2018 para o Wolverhampton e regressou a Portugal na temporada 19/20 para a Sanjoanense. Ao serviço do Felgueiras cumpriu 25 jogos em 21/22 e foi uma das revelações da equipa.
Catalogado como médio ofensivo, Paulinho é um jogador com qualidade técnica, inteligente na ocupação do espaço e na circulação da bola, e também se destaca na recuperação de bola. É um médio com um requinte técnico acima da média para esta competição, mostra critério no passe, qualidade na bola parada e também pode atuar como médio centro. Para além disso, é um jogador muito competente defensivamente e com qualidade na recuperação de bola, que o destacam dos restantes jogadores da sua posição. Por fim, Paulinho está a confirmar parte do potencial que lhe foi atribuído em tenra idade e tem qualidade para subir um patamar, como vai acontecer ao serviço do Leixões.
Extremos
Nesta posição, o cruzamento poderia, ou deveria, ter sido analisado nestes gráficos, mas achamos mais importante apresentar os índices de concretização, criação, dribles e recuperações de bola, pelo que a análise dos restantes momentos do jogo fica para os radares.
Para esta posição temos vários nomes com qualidade, destacando-se:
- Joãozinho (Montalegre, 1997) – O jogador que aparece como “João Fernandes” nos gráficos, já se mudou para o Varzim, e apresenta excelentes números de concretização e drible. Também apresenta índices muito positivos na criação de jogo, mas no momento defensivo a contribuição é mais baixa.
- Zé Pedro (Sanjoanense, 1997) – Destaca-se sobretudo pelos números de criação de jogo, mas também tem bons índices no cômputo geral.
- Jaime Pinto (Oliveirense, 1997) – Apresenta números bastantes positivos em todos os parâmetros ofensivos, apesar de no momento defensivo estar no fundo da tabela.
- João Silva (Felgueiras, 1999) – Mostra números de criação e concretização excelentes. Nos parâmetros de drible e de recuperações de bola os números não são tão positivos.
Posto isto, todos estes jogadores seriam opções bastantes viáveis, mas a escolha recai sobre Joãozinho, que é o extremo com melhores números no cômputo geral e apresenta excelentes índices em todos os parâmetros.
Joãozinho
Esta temporada, ao serviço do Montalegre, Joãozinho fez uma época notável na Liga 3. Participou em 29 jogos, marcou 12 golos e fez 6 assistências, apesar de uma boa parte ter sido de bola parada, e foi um dos destaques da competição. Na temporada 22/23, Joãozinho irá representar o Varzim, que vai jogar Liga 3.
Joãozinho é um extremo muito completo, que gosta de assumir o papel de criador na fase ofensiva da sua equipa, é muito forte na leitura do espaço e assertivo em todas as suas ações. É um extremo que demonstra uma maturidade e uma leitura do jogo e do espaço acima da média, decide bem e com assertividade em quase todas as ações, tem qualidade na definição e procura quase sempre as soluções que aproximem a equipa o mais possível da baliza. Tem qualidade e potencial para atingir o patamar seguinte – Segunda Liga.
Avançados
Por fim, chegamos aos avançados, e aqui a análise recai naturalmente sobre os números de concretização. Os parâmetros de jogo aéreo e drible, também importantes, são depois abordados nos radares.
Aqui temos também uma posição recheada com boas opções, destacando-se:
- Yago Cariello (União de Santarém, 1999) – O jogador que já assinou pelo Portimonense mostra excelentes números de concretização e foi o avançado, com pelo menos 900 minutos jogados, com mais golos por 90 minutos – 0,6.
- João Paredes (Oliveirense, 1996) – O avançado que também foi indicado no artigo de destaques da Liga 3, que pode ser lido aqui, já assinou pelo Feirense, e, tal como Cariello, mostra excelentes índices de concretização, acumulando 0,52 golos por 90 minutos. Foi o melhor marcador da Série A da Liga 3.
- Théo Fonseca (Felgueiras, 2000) – Este jogador também já viu confirmada a sua saída, no seu caso para o Famalicão, e é o segundo destes três jogadores que vai jogar no primeiro escalão na temporada que se avizinha. Destaca-se sobretudo pelos números de concretização.
- Gonçalo Gregório (União de Leiria, 1995) – Apresenta números de concretização também bastantes positivos, e, ao contrário dos três jogadores já abordados, também merece destaque pelos números de criação. Foi o melhor marcador da Série B da Liga 3 com 15 golos.
- Papalelé (Montalegre, 1998) – Tem números bastante positivos no computo geral, apresentando bons índices de concretização e, sobretudo, de criação. Já assinou pelo Estrela da Amadora.
Esta foi uma das posições na qual foi mais difícil escolher o jogador a analisar e a escolha acabou por recair sobre Yago Cariello pelos números ofensivos de excelência que demonstra e se destacam dos restantes jogadores.
Yago Cariello
Yago Cariello nasceu no Rio de Janeiro, e foi em clubes da cidade que foi crescendo no futebol. Em 2020 chegou a Portugal para representar o Condeixa, na altura no 3º escalão do futebol português, e na segunda temporada – 21/22, jogou pelo União de Santarém, clube pelo qual marcou 12 golos em 25 jogos, tendo sido um dos destaques da Liga 3. Neste mercado de verão transferiu-se para o Portimonense, que continua atento às divisões inferiores, e vai ter agora experiência de futebol de primeira divisão.
Yago é um avançado com uma grande poderio físico, muito forte no jogo aéreo e que se bate muito bem nos duelos. Não obstante, é um jogador que revela pormenores muito interessantes no jogo em apoio, e ainda tem espaço para crescer, podendo ganhar um maior requinte técnico e aproveitamento das suas ações. Para além disso, é inteligente na leitura do espaço e a movimentar-se na procura do golo, demonstrando um remate forte, que pode também ser ainda trabalhado. Por fim, Yago é um avançado muito interessante, forte num jogo mais direto mas também bastante capaz a jogar em apoio, tem qualidade na finalização, e tem ainda muito potencial para crescer. É um dos jogadores a acompanhar na temporada que se avizinha e pode vir a ser um dos destaques da Liga BWIN.
Conclusão
A evolução do mundo do futebol e da tecnologia tem facilitado e melhorado a vida a todos os que trabalham no meio, e fazendo uso das ferramentas que temos disponíveis podemos fazer um processo de scouting diferente e mais completo.
O “Data Scouting” que fizemos para esta competição é uma excelente prova do que podemos fazer com os números e como estas ferramentas podem facilitar e melhorar o trabalho, neste caso, de um scout, chief scout, diretor desportivo e de qualquer dirigente responsável pelas contratações para uma equipa.
Depois de vários gráficos e radares, as escolhas, de um total de 22 jogadores apontados numa primeira fase de seleção, recaíram sobre: Ronaldo Rodrigues (Alverca), Simão Rocha (Torreense, agora no Paços de Ferreira), Chico (Pevidém), Paulinho (Felgueiras, agora no Leixões), Joãozinho (Montalegre, agora no Varzim) e Yago Cariello (União de Santarém, agora no Portimonense).
Por fim, apesar de só termos analisado estes seis jogadores, todos os nomes aqui indicam têm qualidade, grande parte deles já deu o salto para a temporada que está prestes a começar, e todos são nomes a ter em atenção para o futuro.
Para todos os clubes, treinadores, jogadores, olheiros, agentes, empresas e media que queiram saber mais sobre os nossos serviços de scouting, não hesitem em contactar-nos através de mensagem privada ou do nosso email geral@proscout.pt.
